Raphael Hardy Filho
- ACR 113
- 12 de fev. de 2021
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Atualizado: 18 de fev. de 2021

Arquiteto e engenheiro mineiro que projetou a "Cidade Usiminas"
Raphael Hardy Filho, arquiteto, engenheiro e professor nasceu em Viçosa, no dia 24 de janeiro de 1917, filho de Raphael Hardy, arquiteto e músico, nascido em Bruges na Bélgica e formado pela Academia de Belas Artes de Bruges. Seu pai se estabeleceu em Viçosa, onde sua mãe Marcília Silvino Hardy nasceu, para trabalhar na locação da Estrada de Ferro Leopoldina em 1915. Em 1920, os pais de Raphael Hardy Filho se mudaram para Belo Horizonte, onde seu pai buscava uma vaga de emprego na Diretoria de Obras Públicas da Prefeitura. E foi na capital mineira que a sua formação começou. Seguindo a carreira de seu pai, Hardy Filho se formou pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais no ano de 1937, onde depois se tornou professor e diretor; aposentou-se, em 1977, pela Universidade Federal de Minas Gerais. Raphael Hardy Filho foi casado com Luzia Teixeira da Costa, que era de Santa Luzia, e desse matrimônio tiveram 5 filhos, sendo eles Álvaro Hardy, Eliana Hardy, George Hardy, Bite Hardy e Antônio Hardy. Seu filho Álvaro Hardy seguiu seus passos na arquitetura.

Os cinco filhos de Raphael Hardy Filho e Luzia Teixeira da Costa.
Na década de 30, Hardy Filho teve seu contato com o modernismo, primeiro nos salões pioneiros de arte da cidade de Belo Horizonte e, depois, com o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, feito por Oscar Niemeyer. Ele foi considerado como um dos precursores da arquitetura modernista em Minas Gerais. Hardy Filho possui, também, artigos e teses sobre a arquitetura modernista em Belo Horizonte e em Minas Gerais, como um todo e em revistas da Escola de Arquitetura da UFMG, seus projetos receberam, também, publicações.
Sua trajetória profissional começou em 1938 como arquiteto auxiliar da Comissão de Obras do Obreiro em Araxá. Em 1939, volta para Belo Horizonte e inicia a suas produção arquitetônicas como residências e edifícios públicos. Os que se destacam são o edifício residencial Nossa Senhora de Fátima (1954), que fica na esquina da rua Tupis com a rua Rio de Janeiro e a sede do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (1964), que hoje é o atual edifício do curso de Design da Escola Estadual de Minas Gerais, localizado na praça da Liberdade.

EDIFÍCIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

ESCOLA DE DESIGN DO ESTADO DE MINAS GERAIS, ANTIGO IPSEMG
INFLUÊNCIAS
Durante seus anos de estudo na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, muitos de seus professores eram formados pela Escola Nacional de Belas Artes, dessa forma, Hardy se forma em um ambiente bastante academicista.
Ele recebe grande influência também do movimento modernista, se tornando inclusive um dos grandes nomes do modernismo mineiro, essa influencia no arquiteto começa nos anos 30 com os primeiros salões de arte de Belo Horizonte. A Carta de Atenas, de Le Corbusier e o projeto do Complexo da Pampulha, de Niemeyer também exercem uma enorme força sobre o jovem, que começa a partir desse ponto a trabalhar com esse estilo arquitetônico.
TRAJETÓRIA DE CARGOS

Linha do tempo de cargos ocupados
LISTA DE PROJETOS
Rafael Hardy Filho participou de dezenas projetos residenciais e comerciais, mas para esse trabalho selecionamos apenas alguns dos mais conhecidos, para exemplificar os trabalhos desse arquiteto.
Cine Pathé (1948)
Residência pessoal de Sylvio Vasconcelos em parceria com Sylvio Vasconcelos
(1942)
Fórum Lafayette (1951)
Edifício Nossa Senhora de Fátima (1954)
Plano urbanístico das instalações da Fertisa em Araxá (1954)
Sede Minas Tênis Country Clube (1958)
IPSEMG (1965)
Vila Operária de Ipatinga em parceria com Marcelo Bhering (1965)
Sede da Usiminas na Pampulha em parceria com Istvan Forkasvôlgyi e Álvaro Hardy (1980)
Ginásio - Minas Tênis Clube I em parceria com Alberto D’Ávila (1990/1999) (2000/2009)

CINE PATHÉ

FÓRUM LAFAYETTE

SEDE DA USIMINAS NA PAMPULHA
Foram escolhidas duas de suas obras para serem analisadas com maior detalhamento: o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais e o Plano Urbanístico de Ipatinga.
INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

IPSEMG
Ficha Técnica
LOCAL: Rua Gonçalves Dias 1434, Funcionários, Praça da Liberdade, Belo Horizonte, MG
ANO: 1960-1965
USO: Institucional
ESTILO: Modernista
CÁLCULO ESTRUTURAL: Sylvio Barbosa
NÚMERO DE PAVIMENTOS: 11 pavimentos
História
Situado na esquina da rua Gonçalves Dias com a Avenida João Pinheiro, o prédio do IPSEMG foi projetado por Raphael Hardy Filho, como já foi citado anteriormente, e teve sua estrutura calculada pelo engenheiro civil Sylvio Barbosa. A construção do edifício foi iniciada em 1960 e foi terminada em 1964, sendo inaugurado em meados de 1965, pelo então governador do estado Magalhães Pinto. Em 1977, o prédio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), uma vez que faz parte do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Liberdade. Tido como uma obra modernista, o prédio do IPSEMG, junto com os Edifícios MAPE, de Sylvio de Vasconcellos, e Niemeyer, além da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, ambos projetados por Oscar Niemeyer, formam o quarteto de obras modernistas localizados na Praça da Liberdade.
Após quase cinquenta anos localizado na icônica praça de Belo Horizonte, o instituto foi transferido para a Cidade Administrativa, nova sede do Governo de Minas Gerais, instalada na região norte da capital mineira. Dessa forma, foi autorizado para que o edifício da Praça da Liberdade fosse restaurado e reformado para abrigar a Escola de Design da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG).
Análise das Plantas
O edifício possui 11 pavimentos e durante o tempo que abrigava o IPSEMG, sofreu várias alterações, tanto para atender às novas demandas de funcionamento quanto para cumprir as normas de segurança que surgiram ao longo dos anos. Esses pavimentos continham salas de atendimento dos servidores, além da recepção e das salas do corpo administrativo do instituto.

PLANTA DO PRIMEIRO PAVIMENTO

PLANTA DO SEGUNDO PAVIMENTO

PLANTA DO SEXTO PAVIMENTO
Nas figuras acima, é possível perceber uma diferença em relação ao tamanho da área dos pavimentos, uma vez que o segundo pavimento funciona como um mezanino, permitindo ao visitante ou funcionário do local uma visão do andar abaixo. Além disso, nas segunda e na terceira figuras é possível ver uma área preenchida de amarelo, que corresponde a um novo grupo de salas que não constava no projeto original. Enquanto na primeira imagem, as áreas em laranja e lilás indicam anexos feitos ao primeiro andar do edifício. Essas mudanças indicadas nas três fotos foram todas feitas ainda no século XX, conforme surgia a necessidade do instituto.
Análise do Edifício
Uma vez que o estilo arquitetônico da construção pertence à corrente do movimento moderno, percebe-se, quanto à sua volumetria, que não é regular, a presença de vários paralelepípedos de diferentes dimensões integrados entre si.
Ainda atrelado ao estilo Moderno do prédio, observa-se elementos bem característicos desse movimento, tais como o uso de pilotis, nesse caso de forma recuada; fachada livre, composta apenas por painéis de vidro que vão do chão ao teto, favorecendo a entrada de luz natural; a forma retilínea repleta de ângulos retos nos encontros das paredes, exceto na laje em balanço, que possui vãos elípticos, que acabam por acrescentar curvas em meio a tantos traços retilíneos; e planta livre, permitindo uma melhor circulação interna, tanto das pessoas que frequentam o local quanto de ar e luz.
Em relação aos materiais utilizados na construção, é possível notar, nas paredes externas, o uso de concreto aparente; nas paredes envidraçadas, a utilização de caixilhos de aço. Enquanto as paredes internas, os pilares e os pisos apresentam revestimentos em mármore branco e em granito preto, respectivamente. No salão superior do mezanino, o destaque vai para os tacos de peroba. Além disso, há também o uso de pastilhas na laje em balanço onde se localizam os vãos elípticos.

LAGE EM BALANÇO COM VÃOS ELÍPTICOS

PILOTIS RECUADO E FACHADA ENVIDRAÇADA
Reforma e UEMG
Em 2010, o IPSEMG, como já foi dito anteriormente, foi transferido para a Cidade Administrativa, na região norte da capital mineira, deixando o edifício vago para abrigar outro tipo de instituição. Dessa maneira, em 2012, o governo do Estado autorizou uma obra de restauração e reforma da construção para que ela passasse a ser a nova Escola de Design da UEMG, que se localizava na Avenida Antônio Carlos, na região da Pampulha. Após a aprovação e liberação de documentos, a obra teve início em março de 2014 e se estenderam até 2020, devido a várias questões, principalmente por se tratar de uma construção tombada pelo Patrimônio Histórico e pela alta fiscalização da prefeitura da cidade em relação aos impactos ambientais provocados pela obra.
Por ser um prédio tombado, algumas de suas características precisaram ser mantidas, por exemplo, sua fachada envidraçada, que sofreu apenas uma substituição dos caixilhos de aço, que estavam enferrujados, por caixilhos de alumínio, por se tratar de uma questão estrutural; as paredes externas de concreto aparente; os pisos, pilares e paredes internas, que tiveram seus revestimentos renovados, porém ainda com os mesmos materiais e mesmas cores; e as pastilhas que revestiam a laje com os vãos (conforme mostrado nas imagens acima). As únicas alterações mais marcantes no edifício foram as adaptações dos ambientes internos para que eles pudessem ser transformados em salas de aula, oficinas, laboratórios, auditórios, biblioteca, salas de professores e espaços de convivência, como pode ser visto nas imagens abaixo.

PLANTA DO PRIMEIRO PAVIMENTO REFORMADO

PLANTA DO SEGUNDO PAVIMENTO REFORMADO

PLANTA DO SEXTO PAVIMENTO REFORMADO

DIFERENÇA DAS FACHADAS
Projeto Urbanístico da Vila Operária de Ipatinga

CIDADE USIMINAS
INTRODUÇÃO:
No início da década de 50, o atual território de Ipatinga era um distrito do município de
Coronel Fabriciano, com um vilarejo com aproximadamente 60 casas e 300 habitantes e
com sua emancipação apenas em 1964. Em 1956, esse território foi destinado e planejado a receber, através de capital japonês, a empresa siderúrgica Usiminas, com isso, a ocupação populacional do distrito foi aumentando de forma desordenada, os novos moradores, com ou sem famílias podendo ser ou não imigrantes, em busca de emprego na nova empresa foram se estabelecendo no espaço de forma caótica e sem infraestrutura básica como água, saneamento, saúde, etc.. A área para a indústria foi escolhida diante da proximidade com a BR-381 e da Estrada de Ferro Vitória-Minas que facilitariam o transporte necessário para a empresa.
Nesse contexto, a nova siderúrgica incentivou e financiou um projeto urbanístico para a região em 1958 com objetivo principal de abrigar os operários, o arquiteto escolhido foi Raphael Hardy Filho, até então com 41 anos, com colaboração do arquiteto Marcelo Bhering e validação do projeto por Lúcio Costa. Ambos arquitetos formularam o documento ‘’Vila-Operária da USIMINAS em Ipatinga’’ com as razões da elaboração do projeto, as adaptações que seriam necessárias, os possíveis defeitos, tudo de acordo com as características do espaço. O projeto criado foi concebido com a ideia de flexibilidade pois Hardy e Bhering tinham consciência que a cidade cresceria territorialmente, economicamente e demograficamente.

Localização da Vila Operária de Ipatinga/MG
Elaboração: Fabiana Correia Dias, 2010.
ESTILO E INFLUÊNCIAS
O plano urbanístico foi realizado a partir de um modelo característico modernista do século XX de cidades com potencial industrial. Esses aspectos modernistas estavam expressos no modelo de certas casas e edificações, na utilização de monumentalidade, na hierarquização das relações, no pensamento futuro da cidade e na preocupação com a higienização e funcionalidade. O arquiteto mineiro também se preocupou com os sistemas básicos de saúde, como água e esgoto, na luminosidade e ventilação ideal dos edifícios e da forma de construção das casas de cada bairro de forma mais eficiente e econômica.
A base para tal projeto foi a Carta de Atenas, um manifesto de suma importância para o Movimento Moderno escrito em 1933, que teoriza requisitos que uma cidade deve atender para uma boa vivência no espaço a partir de análises particulares do lugar, são eles: habitar, circular, trabalhar e recrear.
Além disso, o projeto foi feito também com base na lógica do capitalismo industrial presente na época, uma vez que os bairros foram acomodados o mais próximo possível da Usiminas estrategicamente para diminuir a distância percorrida do operário para o trabalho, pois quanto mais rápido o trabalhador chega na empresa, melhor o rendimento.
DISTRIBUIÇÃO DO ESPAÇO:

Pré-plano urbanístico da cidade operária da Usiminas (1958)
Fonte: Mendonça (2006, p. 61).
Apesar de os candangos (trabalhadores na construção da Usiminas) já haverem iniciado o estabelecimento na região, a Vila Operária foi moldada a partir da localização da siderúrgica, de fatores naturais e geográficos. Nesse sentido, a área de aproximadamente 3.000 hectares destinada para o projeto se encontra entre o rio Piracicaba ao Sul e a usina.
Para o planejamento populacional e de quantidade de residências necessárias, constava no documento ‘’Vila-Operária da USIMINAS em Ipatinga’’ a obrigação de atender, além dos trabalhadores da indústria, a população que trabalharia em atividades terciárias, as crianças e a família dos trabalhadores, os responsáveis pela administração, entre outros. Assim, foi planejado a quantidade de residências para moradores solteiros ou para família e para visitantes, como hotéis e pensões, além de edifícios para saúde, educação, comércio, lazer, infraestrutura urbana, etc.
Diante disso, a Usiminas seria a responsável pelo controle do crescimento urbano e demográfico.
“[…] a cidade operária será um grande condomínio horizontal do qual o grande síndico será o organismo apropriado da empresa, o seu Departamento de Habitação e Urbanismo”
Raphael Hardy Filho.
TERRENO
A falta de espaço era um problema para o projeto, devido a grande área verde e a topografia do local, assim, os edifícios e residências foram criados em áreas planas para preservar a vegetação e o relevo inclinado, além disso, as áreas com declividade contam como a maior parte do território total e a construção nelas poderiam causar prejuízos ao serem executados. Devido a isso, foram criadas as Unidade de Vizinhança.
“[…] as áreas a serem urbanizadas não oferecem espaço suficiente para um planejamento adequado de expansão futura. […] poucas áreas suscetíveis de serem aproveitadas sem que a trama urbana acarretasse inconveniências de ordem econômica, levou-nos a adotar o partido de pequenos núcleos interligados por vias de penetração e tráfego periférico […]”
Vila-Operária da USIMINAS em Ipatinga.

Zonas Verdes / Pré Plano de Urbanização da Vila Operária da Usiminas
Fonte: Arquivo Técnico da USIMINAS, 1958.
A área verde da região foi mantida e as moradias foram instaladas de forma estratégica entre essa área de forma ‘’encaixada’’, além disso, a mata colaborava para diminuir a perturbação dos barulhos da indústria para os moradores.
UNIDADES DE VIZINHANÇA
Eram bairros criados para serem independentes e cumprir as necessidades diárias dos habitantes em cada bairro com serviços essenciais, como comércio, lazer, saúde, educação, etc. Sua implantação, como dito anteriormente, foi necessária devido à falta de espaço de áreas planas e sem cobertura vegetal e foram responsáveis por controlar a expansão desordenada pela delimitação de onde ocupar as residências e preservar a área verde.
Raphael Hardy definiu essas Unidade de Vizinhanças como: ‘’um grupo de residências abrangendo uma ou mais unidades residenciais, em torno de, no mínimo, um estabelecimento de ensino primário, além de outros equipamentos que polarizam a vida social de 1000 a 1200 famílias. Todo bairro deverá ser equipado com um centro de educação primária, recomendando-se a distância de máxima de 400 metros entre este centro e a habitação mais afastada.’’.
BAIRROS

Esquema do Pré-plano urbanístico
Fonte: Elaborado pela ROXANE SIDNEY RESENDE DE MENDONÇA a partir de Hardy (1970).
O projeto do Hardy contava com a setorização dos bairros de acordo com o cargo na empresa, ou seja, os engenheiros, técnicos, diretores e operários se acomodaram em diferentes bairros de acordo com a hierarquização na função industrial. Consequentemente, esse zoneamento definiu a estética e a forma de construção padrão das casas em cada bairro.
Castelo

Bairro Castelo
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/RAAO-6WNFQQ
O Castelo foi o bairro dos diretores e superiores, possui uma planta retangular com quadras e lotes extensos, localiza-se no topo de um morro aplainado à margem esquerda do encontro do rio Piracicaba com rio Doce e é distanciado dos outros bairros. As casas dessa região apresentam características da arquitetura moderna como lajes planas, cobogós, janelas de vidro extensas, fachadas sem ornamento, etc. Também foi destinado a receber o Grande Hotel de Ipatinga projetado por Hardy Filho.

CASAS DO BAIRRO CASTELO
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/RAAO-6WNFQQ
Cariru

Bairro Cariru
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/RAAO-6WNFQQ
O bairro Cariru foi construído para os engenheiros, foi considerado o mais autossuficiente por apresentar muitos tipos de estabelecimentos essenciais para lazer, educação, sáude, entre outros e possui quadras de tamanhos e formatos variados. Inicialmente, Hardy pretendia que as casas fossem individuais, no entanto, devido à falta de espaço para esse bairro, houve a construção de habitações verticais, como prédios.

CASAS DO BAIRRO CARIRU
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/RAAO-6WNFQQ
Horto e Santa Mônica

Bairros Horto e Santa Monica
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/RAAO-6WNFQQ
Foram destinados para os técnicos, possuem quadras retangulares e compridas, são os únicos que não se estabeleceram as margens do Rio Piracicaba e foram os primeiros a serem construídos e por isso abrigaram, inicialmente, funcionários de todas as funções.

CASAS DOS BAIRROS HORTO E SANTA MÔNICA
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/RAAO-6WNFQQ
Candangolândia (atual Amaro Lanari), Bom Retiro, Vila Ipanema e
Maringá

Bairro Candangolândia e Maringá
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/RAAO-6WNFQQ
Em sua maioria, possuem quadras retangulares compridas, ruas paralelas e algumas praças no interior. Foram responsáveis por abrigarem os operários da indústria.

CASAS DO BAIRRO CANDANGOLÂNFIA E MARINGÁ
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/RAAO-6WNFQQ
CIRCULAÇÃO
‘’As ruas, ao invés de serem entregues a tudo e a todos, deverão, conforme sua categoria, ter regimes diferentes. As ruas residenciais e as áreas destinadas aos usos coletivos exigem uma atmosfera particular. Para permitir às moradias e a seus "prolongamentos" usufruir da calma e da paz que lhes são necessárias, os veículos mecânicos serão canalizados para circuitos especiais. As avenidas de trânsito não terão nenhum contato com as ruas de circulação miúda, salvo nos pontos de interligação. As grandes vias principais, que estão relacionadas a todo o conjunto da região, afirmarão naturalmente sua prioridade. Mas serão também levadas em consideração as ruas de passeio, nas quais, sendo rigorosamente imposta uma velocidade reduzida a todos os tipos de veículos, a mistura deste s com o s pedestres não oferecerá mais inconvenientes
LE CORBUSIER, 1993, p. XX

Sistema de circulação da Vila Operária da Usiminas
Elaboração: Fabiana Correia Dias, 2010.
A circulação na cidade mineira foi agrupada de acordo com a dinâmica do tráfego: para a locomoção em torno da Usiminas e dos bairros entre si foi dedicado as vias tráfego intenso, para a circulação de transporte público foram destinas as vias de tráfego médio
de forma estratégica para o fácil acesso dos cidadãos em qualquer bairro, e as vias de tráfego local foram definidas para a locomoção entre as ruas das Unidades de Vizinhança.
No plano de Hardy e Bhering, as vias principais (arterial metropolitana), no caso as BRs foram destinadas à circulação geral. Para a circulação local foi criada a via secundária (arterial municipal), ela é utilizada no interior do município, conecta a parte leste e oeste de Ipatinga, dá acesso à usina e dela saem as vias coletoras para os bairros que conectam as vias locais de circulação dentro dos bairros.
O projeto de circulação foi bem planejado e, mesmo com o aumento significativo de fluxo de automóveis, funciona com eficiência até hoje.
LAZER

Ginásio no bairro Cariru
Fonte: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/RAAO-6WNFQQ
Para recreação, foram projetados pelo arquiteto mineiro espaços para lazer em todos os bairros possíveis ou o mais perto uns dos outros, tanto para crianças quanto para adultos, entretanto, somente trabalhadores da siderúrgica tinham acesso a esses clubes esportivos.
Além disso os espaços recreativos foram distribuídos de acordo com a profissão exercida na usina, para os empregados esses espaços continham quadras para esportes como futebol, vôlei, piscina e parques infantis, já para os especializados foram destinadas outras atividades alternativas como equitação, salões de dança, etc.
ANTÔNIO PRADO, AUGUSTO VIEiRA, GABRIELLE ARAÚJO, LETÍCIA RAMOS.
REFERÊNCIAS
DIAS, Correia. O TRATAMENTO DOS ESPAÇOS LIVRES EM UMA CIDADE MÉDIA PLANEJADA: o caso de Ipatinga/MG. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte, p. 190. 2011.
RESENDE, Roxane. O Urbanismo Modernista em Minas Gerais: O Caso ‘’Ipatinga’’. Dissertação de mestrado. Belo Horizonte, p. 237. 2006.
SILVA, Moízes; VISO, Guilherme. O PLANEJAMENTO URBANO DE UMA CIDADE PROJETADA: CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONCEPÇÃO URBANÍSTICA DA VILA OPERARIA DA USIMINAS EM IPATINGA – MG. XIII Enanpege, 2019.
O EDIFÍCIO da Escola de Design na Praça da Liberdade: Escola de Design da UEMG na Praça da Liberdade - a recuperação de um patrimônio histórico da arquitetura modernista de Minas Gerais. [S. l.], 31 ago. 2020. Disponível em: http://ed.uemg.br/o-edificio-da-escola-de-design-na-praca-da-liberdade/. Acesso em: 3 fev. 2021
RAFAEL Hardy Filho: Conheça a trajetória do engenheiro e arquiteto que projetou a "Cidade Usiminas". EuAmoIpatinga, 5 fev. 2012. Disponível em: http://euamoipatinga.com.br/personagens/noticias.asp?codigo=825. Acesso em: 2 fev. 2021.
RAPHAEL Hardy Filho: arquiteto brasileiro. [S. l.], 5 dez. 2020. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Raphael_Hardy_Filho#Origens,_forma%C3%A7%C3%A3o_e_influ%C3%AAncias. Acesso em: 31 jan. 2021.
NOTA de esclarecimento: Casos de covid-19 no Fóum Lafayette em BH. [S. l.], 27 nov. 2020. Disponível em: http://www.tjmg.jus.br/data/files/3C/50/BF/DE/D3A06710094860675ECB08A8/noticia-forum-lafayette.jpg. Acesso em: 3 fev. 2021.
NAZARÉ, Fernanda. Abertura do Cine Pathé está cada vez mais distante: Uma disputa comercial adia as obras de restauração e modernização de um dos primeiros cinemas da capital mineira. [S. l.], 26 ago. 2014. Disponível em: https://www.revistaencontro.com.br/canal/encontro-indica/2014/08/abertura-do-cine-pathe-esta-cada-vez-mais-distante.html. Acesso em: 3 fev. 2021.
RAPHAEL Hardy Filho. [S. l.], 5 fev. 2020. Disponível em: http://www.arqbh.com.br/search/label/Arq%3A%20Raphael%20Hardy%20Filho. Acesso em: 29 jan. 2021.

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